terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Alunos com síndrome de Asperger


Aluno com síndrome de Asperger é desafio para educação inclusiva

Especialistas defendem opção por ensino regular.
Animação em cartaz nos cinemas traz personagem com Asperger.

Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Com dificuldade de interagir, fazer amigos e tendência a se isolar, o aluno com síndrome de Asperger é um dos desafios para a educação inclusiva. A doença é considerada um tipo leve de autismo que não afeta o desenvolvimento intelectual. É comum que os “aspies” – como são chamados – tenham inteligência acima da considerada “normal.”
Especialistas defendem que as crianças que apresentam este tipo de síndrome podem - e devem - frequentar escolas regulares. “As pessoas aprendem de jeitos diferentes e a pluralidade faz com que a escola fique cada vez mais interessante. Ambientes homogêneos são desinteressantes”, diz Liliane Garcez, coordenadora do curso de pós-graduação inclusiva do Instituto Vera Cruz.
Para Liliane, o papel da escola é aproveitar o potencial do aluno e canalizá-lo para os demais conteúdos da série que cursa. "É preciso aprofundar o conhecimento sobre estas síndromes para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas. Não cabe mais a segregação."
Em cartaz nos cinemas, a animação “Mary e Max – Uma Amizade Diferente” mostra os problemas dos “aspies”. Na ficção, Mary, de 8 anos, uma menina gordinha e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm dificuldade de fazer amigos e passam a trocar correspondências onde compartilham alegrias e decepções.
AspergerNa animação, Max é um homem de 44 anos que tem síndrome de Asperger (Foto: Divulgação)
Famílias
Na vida real, a professora e atual presidente da AMA (Associação de Amigos dos Autistas), em São Paulo, Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, de 48 anos, conhece as dificuldades da síndrome. Seu filho, Guilherme Alabarce Nardi, de 15 anos, tem Asperger e passou por três escolas antes de completar 7 anos. “As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras.”
Sonia buscou apoio na AMA, que fornecia suporte pedagógico a Guilherme e o matriculou em uma escola pequena, onde os funcionários podiam lhe dar mais atenção. “Ele não tinha facilidade de conviver com outras crianças e tivemos de nos adaptar.” Hoje, no segundo ano do ensino médio, Guilherme tem notas exemplares. “Ele é muito inteligente, tem uma memória excelente, mas a convivência ainda é um pouco difícil. São poucos os amigos.”
As escolas não estavam preparadas para recebê-lo porque ele chorava muito e não aceitava regras."
Sonia Maria Costa Alabarce Nardi, mãe de um adolescente com Asperger
A auxiliar financeira Maria Aparecida de Santana Oliveira, de 53 anos, também tem um filho com a síndrome. Jefferson Santana de Oliveira, hoje com 23 anos, sempre estudou em colégios comuns. “Ele conseguiu acompanhar, ficava um pouco isolado, mas, aos poucos, começou a interagir. Às vezes os colegas o excluíam, mas ele gostava de ir à escola. Tinha dificuldade em matemática, mas muita facilidade para línguas.”
Concluído o ensino médio, Jefferson tem uma nova batalha: encarar a frustração de não ter passado no vestibular da Universidade de São Paulo (USP) e retomar os estudos. A mãe diz que antes o jovem quer encontrar um emprego.
Diagnóstico
O primeiro obstáculo dessas famílias é acertar o diagnóstico. Muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção. “São sintomas sutis e muitas vezes os pais não identificam porque acham que é o jeito da criança”, afirma Cinara Zanin Perillo, psiquiatra especialista em infância e adolescência.
Outra característica da síndrome é a fixação por interesses específicos, geralmente ligados ao campo das ciências, como biologia, corpo humano, astronomia ou dinossauros.
Os “aspies” têm dificuldade de centrar o olhar em um determinado ponto e entender metáforas. Todas as expressões, para eles, têm sentido literal.
A síndrome de Asperger é causada por alterações genéticas associadas a fatores hereditários. É mais comum em meninos e os indícios podem ser percebidos a partir dos 3 anos. Segundo Cinara, é comum que os portadores desenvolvam outros transtornos psiquiátricos. Não há cura.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Síndrome de Down e a aprendizagem


Escrito dia 16. mai, 2009 por APSDOWN em APRENDIZAGEM
O processo de alfabetização da pessoa com Síndrome de Down é o resultado de um amadurecimento psíquico, físico e motor. As atividades são realizadas através dos programas de Estimulação Precoce, Apoio Pedagógico, Alfabetização e Iniciação Profissional.
As atividades de estimulação devem começar desde o nascimento, sendo que a participação ativa da família é decisiva para seu desenvolvimento integral. O indivíduo com Síndrome de Down passa pelas mesmas etapas consideradas normais no desenvolvimento cognitivo, sensório-motor, operações concretas e operações formais.
A limitação cognitiva presente na síndrome (que varia de pessoa para pessoa) altera o ritmo de aprendizagem, o processamento de informação, a memória visual e auditiva, a atenção e também a motivação.
No processo de aprendizado, o professor pode utilizar em sua prática escolar de materiais que contenham objetos concretos e/ou situações da vida real antes de introduzir conteúdos novos e conceitos abstratos, deve-se utilizar temas comuns a várias áreas, de forma a integrar as informações. (Adaptações curriculares, contextualizado, interdisciplinar).
O desenvolvimento do ser humano é contínuo, desde a concepção à vida adulta, sendo que o mesmo se processa na integração com outras pessoas. Alguns teóricos acreditam que o processo de desenvolvimento da criança é gradual e contínuo; outros, que o processo é graduado em etapas, com mudanças repentinas.
Ambos concordam que o desenvolvimento é um processo integrado, que abrange todos os aspectos da vida humana. O aluno que apresenta comprometimento nas áreas de desenvolvimento mostra dificuldades de aprendizado, necessitando de atendimento educacional adequado, visando garantir seu atendimento integral.

Brasileiro é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade

Direto de Miami, Entrevistas, Miami | 09:17

Brasileiro é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade


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Alexandre Lopes com as crianças do programa de inclusão que criou na escola Carol City Elementary, em Miami. Foto de Carla Guarilha.
Um brasileiro está fazendo história nos EUA com um projeto de inclusão em escolas: Alexadre Lopes recebeu o prêmio de Melhor Professor do Ano de Miami-Dade.
Ele foi escolhido entre 24 mil professores de todas as escolas públicas do condado. O processo de seleção é longo e incorpora diversos aspectos do professor, fora e dentro da sala de aula, desde o seu método de ensino à filosofia e politica educacional.
“É um orgulho, uma honra muito, muito grande deles terem escolhido neste país um brasileiro nascido e criado no Brasil”, diz ele. “Foi um processo intenso de seleção. “Não foi só pré-escola, não foi só no departamento de crianças especiais, não foi só entre os latinos. Eu competi em termos de igualdade com todos os professores daqui”.
Lopes ganhou um Toyota novinho, US$5.500 e uma bolsa de estudos na Nova University – que ele abriu mão pois já está cursando o doutorado na Florida International University.

Lopes com seu novo Toyota. Foto de Carla Guarilha.
Mas para ele, o mais importante foi receber o troféu, que simboliza o reconhecimento do seu trabalho. E as homenagens não param. Hoje, Alexandre vai receber uma homenagem de Bárbara J. Jordan, representante de um dos condados de Miami-Dade.

Troféu de Melhor Professor do Ano. Cortesia Alexandre Lopes.

Alexandre Lopes na sala de aula. Foto de Carla Guarilha.
“Levou um bom tempo para conseguir o respeito pelo que eu faço, e acho que foi muito importante ganhar esse titulo, não só por mim mas, por todos os outros professores que trabalham na pré-escola”, diz Lopes emocionado.
Hoje aos 43 anos, o petropolitano é, agora, o porta-voz de educação de todo o condado de Miami-Dade. O próximo passo é o prêmio estadual com mais 71 concorrentes. Se ganhar, entra como finalista ao prêmio nacional, que será anunciado no inicio de 2013.
Seu programa de inclusão é composto de dois grupos diários de 12 crianças, de 3 a 5 anos – um de manhã e outro no inicio da tarde. Em cada grupo, há oito que exibem desenvolvimento regular da idade e quatro com algum tipo de desordem que compromete o desenvolvimento, como, por exemplo, o autismo.
“As crianças com autismo estão integradas a um ambiente onde elas tem a capacidade de interagir socialmente com crianças fora do espectro autista”, diz ele. “É uma sala de aula normal, onde temos alunos com autismo e alunos sem autismo. Não são diferenciados em absolutamente nada”.

Lopes com um dos alunos. Foto de Carla Guarilha.
Numa rotina extremamente bem estruturada, Lopes, apaixonado pela música – e um estudioso de piano desde cedo, usa a sonoridade e a melodia como técnicas de ensino – na comunicação, compreensão e aprendizado de palavras e respeito mútuo.
Na hora que entram na sala de aula, as crianças dão as mãos e formam uma roda, cantando, “we are glad you are here. Hello to you and me” (“estamos felizes por estarem aqui. Olá para você e para mim”), fazendo com que todos se sintam bem-vindos e unidos. Lopes usa tambores e canções para ensinar conceitos, como tolerância e o controle emocional: “When you are mad, take a deep breath and relax” (“quando está bravo, respira fundo e relaxa”). (Veja vídeo no fim da coluna.)
“O que enfatizamos aqui, que de repente não é tão enfatizado em outras salas de aula, — mas que na minha opinião deveria ser enfatizado em todos os lugares — é o ensino da interação social: como lidar com uma pessoa, pegar sua atenção, olhar no olho daquela pessoa, chamá-la pelo nome”, diz o petropolitano, que atribui parte do seu sucesso ao fato de ser brasileiro – não só pela sua musicalidade mas pela forma que se relaciona com as pessoas.

Foto de Carla Guarilha.
“Eu acho que faço com que cada um se sinta especial, e isso é importante”, diz ele. “Eu acho que o brasileiro tem isso, quando quer, de realmente mostrar ao mundo do que ele é capaz”.
Lopes nunca se imaginou trabalhando na área de educação. Nascido e criado em Petrópolis, ele se formou em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhava em companhias aéreas. Sempre gostou muito de viajar, e em 1995, se mudou para Miami. Aqui, como comissário de bordo, na época pela United Airlines, fazia rotas para a América Latina e servia como intérprete de português e espanhol. Com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, as companhias aéreas tiveram muitos problemas financeiros, e a United ofereceu um pacote de benefícios para quem se afastasse. Lopes aceitou imediatamente, e retomou os estudos. Validou em Miami seu diploma do Brasil e começou mestrado em “Educação Especial” na Universidade de Miami, com foco em crianças autistas, rumo a um trabalho sério que, está rendendo frutos.
DICA: Alexandre adora correr ao ar livre e comer asinhas de frango no Wilton Wings em Fort Lauderdale, favorito dos locais. Telefone: 954-462-9696. Endereço: 1428 NE 4 Ave., Fort Lauderdale, FL 33304.
Assista ao video de Alexandre Lopes com um de seus grupos de inclusão:
Alexandre Lopes, brasileiro radicado em Miami, é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade. from Chris Delboni on Vimeo.

Autor: Chris DelboniTags: , , ,

Inclusão social pela dança derruba limites para os alunos especiais


http://pllnilza.blogspot.com/2012/12/inclusao-social-pela-danca-derruba.html Concluído
: Roberta Thomaz 11/06/2012
Aulas de hip-hop transformam a vida de portadores de síndrome de down, e ajudam, principalmente na interação com as pessoas e no afastamento da depressão
A dança é uma forma de expressão humana que, além de prevenir fatores de risco para saúde, também pode contribuir para a inclusão social. Consciente desses benefícios, Luciano Motta, professor de hip-hop da Urban Dance Center, mergulhou num grande desafio: direcionou suas aulas a portadores de Síndrome de Down.
“A iniciativa surgiu de uma conversa com duas amigas, a Cláudia e a Conceição, que têm sobrinhas especiais. Muitas vezes, os portadores de Síndrome de Down são tratados como doentes e deixados de lado pela sociedade. A turma começou com três pessoas e, hoje, já está com dez”, orgulhou-se o professor.
As aulas acontecem todos os sábados, às 8h, no Parque Palmir Silva, no Barreto. Inicialmente, os alunos dançam um tema livre para que “se soltem e possam ser observados”. Assim, o professor elabora as atividades de acordo com os limites e dificuldades de cada um. De acordo com a funcionária pública Cláudia Sudré, tia de Anna Carolinne Sudré, de 24 anos, a dança contribuiu para o amadurecimento da sobrinha.
“A atividade resgatou a confiança da Carolinne, que amadureceu muito. Ela agora quer falar, fazer e acontecer. Além disso, passou a trabalhar melhor o limite de espaço”, afirmou.
Colega de trabalho de Cláudia e tia da jovem Gabrielle dos Santos, de 20 anos, Conceição Santos destaca a importância da inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais.
“A inclusão é linda na teoria, mas complicada na prática. Uma vez, a Gabrielle me disse o quanto seria muito bom se as pessoas respeitassem os especiais. Ou seja, ela percebeu a diferença de tratamento. Os portadores de Síndrome de Down são muito carinhosos e sempre têm amor para dar. Não merecem ser desvalorizados”, ressaltou.
Entre os benefícios oferecidos pela dança estão a interação, a melhoria do humor e a consequente diminuição do estresse, o que afasta a depressão. Matriculada na aula há cerca de três meses, Gabrielle afirma que a atividade representa uma oportunidade de crescimento.
“A dança ajuda a construir uma mente nova e a fazer exercício. A vida da gente mudou. O coração ficou mais leve, se soltou mais. Meu sonho é conseguir um emprego e fazer um curso. Quero construir minha vida”, destacou a jovem.
Passos de liberdade
Além dos alunos portadores de Síndrome de Down, a turma é composta pela deficiente visual Gleiciane de Sousa, de 15 anos. Segundo a mãe, Andrea de Sousa, a jovem – que perdeu a visão quando ainda era recém-nascida – descobriu uma nova oportunidade na dança.
“A atividade ajuda muito na mobilidade. Os deficientes visuais se sentem um pouco presos, com medo de bater nas coisas. Fiquei com medo de matricular minha filha na turma, mas ela se desprendeu muito rápido. Minha filha se solta bastante em todas as músicas”, afirmou.
Para coreografar Gleiciane, o professor conduz seus movimentos de acordo com a música. Após algumas repetições, a jovem liga a coreografia ao ritmo.
“Nas aulas, a limitação não representa exclusão, mas uma espécie de adaptação. É inexplicável a sensação de ensinar pessoas tão especiais. Eu me renovo a cada aula. A dança os destaca como seres humanos”, afirmou Luciano.


O FLUMINENSE