http://pllnilza.blogspot.com/2012/12/inclusao-social-pela-danca-derruba.html Concluído
: Roberta Thomaz 11/06/2012
Aulas de hip-hop transformam a vida
de portadores de síndrome de down, e ajudam, principalmente na interação com as
pessoas e no afastamento da depressão
A
dança é uma forma de expressão humana que, além de prevenir fatores de risco
para saúde, também pode contribuir para a inclusão social. Consciente desses
benefícios, Luciano Motta, professor de hip-hop da Urban Dance Center,
mergulhou num grande desafio: direcionou suas aulas a portadores de Síndrome de
Down.
“A
iniciativa surgiu de uma conversa com duas amigas, a Cláudia e a Conceição, que
têm sobrinhas especiais. Muitas vezes, os portadores de Síndrome de Down são
tratados como doentes e deixados de lado pela sociedade. A turma começou com
três pessoas e, hoje, já está com dez”, orgulhou-se o professor.
As aulas acontecem todos os sábados,
às 8h, no Parque Palmir Silva, no Barreto. Inicialmente, os alunos dançam um
tema livre para que “se soltem e possam ser observados”. Assim, o professor
elabora as atividades de acordo com os limites e dificuldades de
cada um. De acordo com a funcionária pública Cláudia Sudré, tia de Anna Carolinne
Sudré, de 24 anos, a dança contribuiu para o amadurecimento da sobrinha.
“A atividade resgatou a confiança da
Carolinne, que amadureceu muito. Ela agora quer falar, fazer e acontecer. Além disso, passou
a trabalhar melhor o limite de espaço”, afirmou.
Colega de trabalho de Cláudia e tia da jovem Gabrielle dos
Santos, de 20 anos, Conceição Santos destaca a importância da inclusão social
de pessoas portadoras de necessidades especiais.
“A
inclusão é linda na teoria, mas complicada na prática. Uma vez, a Gabrielle me
disse o quanto seria muito bom se as pessoas respeitassem os especiais. Ou
seja, ela percebeu a diferença de tratamento. Os portadores de Síndrome de Down
são muito carinhosos e sempre têm amor para dar. Não merecem ser
desvalorizados”, ressaltou.
Entre
os benefícios oferecidos pela dança estão a interação, a melhoria do humor e a
consequente diminuição do estresse, o que afasta a depressão. Matriculada na
aula há cerca de três meses, Gabrielle afirma que a atividade representa uma
oportunidade de crescimento.
“A dança ajuda a construir uma mente
nova e a fazer exercício. A vida da gente mudou. O coração ficou mais leve, se
soltou mais. Meu sonho é conseguir um emprego e fazer um curso. Quero construir minha vida”, destacou a jovem.
Passos de liberdade
Além dos alunos portadores de Síndrome de Down, a turma é composta pela deficiente visual Gleiciane de Sousa, de 15 anos. Segundo a mãe, Andrea de Sousa, a jovem – que perdeu a visão quando ainda era recém-nascida – descobriu uma nova oportunidade na dança.
Além dos alunos portadores de Síndrome de Down, a turma é composta pela deficiente visual Gleiciane de Sousa, de 15 anos. Segundo a mãe, Andrea de Sousa, a jovem – que perdeu a visão quando ainda era recém-nascida – descobriu uma nova oportunidade na dança.
“A
atividade ajuda muito na mobilidade. Os deficientes visuais se sentem um pouco
presos, com medo de bater nas coisas. Fiquei com medo de matricular minha filha
na turma, mas ela se desprendeu muito rápido. Minha filha se solta bastante em
todas as músicas”, afirmou.
Para
coreografar Gleiciane, o professor conduz seus movimentos de acordo com a
música. Após algumas repetições, a jovem liga a coreografia ao ritmo.
“Nas
aulas, a limitação não representa exclusão, mas uma espécie de adaptação. É
inexplicável a sensação de ensinar pessoas tão especiais. Eu me renovo a cada
aula. A dança os destaca como seres humanos”, afirmou Luciano.
O FLUMINENSE
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